(Foto: Fabio Bonadeu -ASCOM)

Foi realizado no sábado, dia 21 de outubro, no Meliponário Municipal, a décima capacitação de criação de abelhas sem ferrão da Amazônia. Essa foi uma iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A capacitação contou com mais de 30 pessoas participantes entre meliponicultores e estudantes.

A agricultora Ana Júlia de Souza Militão, que possui uma chácara de 1,6 hectares, explica porque procurou a Secretaria e buscou participar da capacitação. “Pretendo implantar um pequeno meliponário na minha propriedade. Tenho interesse no mel, mas o principal objetivo é na polinização”, explica. A agricultora tem uma plantação com 900 pés de café, e, essa polinização das abelhas, além de melhorar a qualidade do café, também pode ajudar na produtividade.

Para a estudante de Zootecnia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Sinop, Glenda Paula Leandro dos Reis, que proferiu uma palestra durante a capacitação, essa iniciativa da Prefeitura é uma ação de educação ambiental. “É um trabalho que está propagando conhecimento, está divulgando a importância dessas espécies sem ferrão. Não é só produção, envolve a polinização”, argumenta.

O biólogo e professor da UFMT, Campus Sinop, Prof. Dr. Marliton Rocha Barreto, destaca que a capacitação proporciona algo valioso, que é a ciência com o conhecimento prático. “É importante essa integração. Aqui nós temos o conhecimento científico, mas também temos a experiência do dia-a-dia”, pontua.

De acordo com dados apresentados durante a palestra, Carvalho-Zilse et al., 2012, estima-se que existem 400 espécies de abelhas sem ferrão. Segundo Pedro, 2014, no Brasil foram catalogadas 244 espécies, distribuídas em 29 gêneros, no qual observou-se mais diversidade de espécies no bioma amazônico.

Outro ponto que destaca-se, segundo FAO, 2004, estima-se que aproximadamente 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo sejam polinizadas por alguma espécie de abelha. Outro ponto que merece destaque, é que segundo VIANA E OLIVEIRA (2006) E MARCHINI (2005), as abelhas, através da sua polinização são capazes de aumentar em 97,9% a produção de feijão, sendo as espécies Megachile sp. E T. angustula.

Para o diretor de Meio Ambiente, José Alesando Rodrigues, que também foi coordenador executivo do Projeto Olhos D’Água da Amazônia, mostram que as políticas públicas desenvolvidas em Alta Floresta estão no caminho certo. “São abelhas que ajudam na polinização das plantas, isso ajuda o nosso ecossistema, além de trazer alguma rentabilidade”. Rodrigues ainda completa: “Essa interação meliponicultores e estudantes, mostra a importância da academia e o conhecimento prática caminharem juntos”, observa.

No sábado foram distribuídas 64 caixas com colmeias de abelhas sem ferrão da Amazônia. Desde o início do Meliponário Municipal, até este ano, já foram 700 caixas. “É uma espécie de sistema de cooperativas. O agricultor leva a caixa com colmeias e traz uma vazia. Assim não pesa pra ninguém e todos ganham”, pontua.

Na questão jurídica o cultivo de abelhas sem ferrão também foi regulamentado. Através da Lei Estadual nº 11.869, de 31 de agosto de 2022, dispõe sobre a criação, comércio e o transporte de abelhas-sem-ferrão (meliponíneas) no Estado.

Noticia Exata/Berokanfm