(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Uma operação realizada na Ilha do Bananal encontrou fazendas clandestinas para criação de gado e indícios de caça e pesca ilegal nas terras indígenas. Diante das ameaças ao território, indígenas têm feito grupos de vigilância para coibir invasores.
Os flagrantes recentes foram feitos pela Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Durante cinco dias, os fiscais percorreram a região sul e o meio da ilha, onde foram encontradas fazendas completas com grandes currais, pastagens e casas.
Tudo construído ilegalmente em terras indígenas. “Além das casas de alvenaria, estão outra estrutura ali e aqui tem um supercurral. Aqui dá para perceber que houve trator, passagem de trator, limparam pra fazer a estrutura”, disse um dos fiscais.
Em outro ponto da ilha as equipes apreenderam carnes de caça que estavam embaladas, prestes a serem vendidas na cidade. Tudo de forma ilegal. Neste caso, um suspeito foi preso. Ele era condenado por estupro e estava escondido na ilha.
“A caça e a pesca dentro do território indígena, por não indígenas, é vedada. A partir do momento em que pessoas não indígenas começam a exercer essas práticas dentro do território indígena, elas estão agindo de forma ilegal. Da mesma forma também fazer edificações e construções”, disse o chefe da divisão técnica do Ibama, Carlos Vinícius.
Segundo a Funai, atualmente, cerca de sete mil indígenas dos povos Karajá, Javaé e Avá-canoeiro, vivem na Ilha do Bananal. As ameaças de invasores à terra indígena estão cada vez mais frequentes.
“A gente tem diversas denúncias do tráfico do peixe, além agora da questão da madeira porque as pessoas estão entrando para retirar madeira para fazer a venda. Além disso tudo, nós também temos agora a caça que antes não era praticada”, disse a coordenadora da Funai de São Felix do Araguaia, Rafaela Karajá.
Algumas iniciativas das próprias aldeias têm ajudado na proteção das terras. Na aldeia boa esperança, do povo Javaé, uma equipe de indígenas passou a fazer vigilância e fechou estradas clandestinas para evitar a entrada de pescadores ilegais.
Vigiar o próprio território é uma experiência bem sucedida por outros povos fora da Ilha do Bananal, a exemplo dos Krahô. “Como nos antepassados como antigamente tinha esse grupo que lutava pelo território, então a gente continua fortalecendo isso por nossa conta própria”, disse Francisco Hygno.
G1: TO/Berokanfm