A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) participou em Parauapebas da 19ª edição do Apipara, considerado o maior evento da cadeia produtiva do mel no Estado. O evento contou com a presença de produtores de diversos municípios paraenses onde a atividade vem sendo desenvolvida.

Nas oficinas realizadas dentro da programação do evento, a Adepará orientou sobre o cadastro de propriedades com criação de abelhas e mostrou as etapas para o registro de unidades de beneficiamento de mel.

A fiscal agropecuária, médica veterinária Glaucy Carrera, detalhou os documentos necessários para efetuar o cadastramento e falou da importância em manter o cadastro atualizado.

Atualmente existem 279 propriedades com criação de abelhas cadastradas no Pará. O município de Parauapebas possui 6 propriedades cadastradas na Agência. A expectativa é aumentar esse número para que o Serviço Veterinário Oficial possa conhecer a realidade dessa cadeia produtiva e possa realizar com mais eficiência a vigilância de doenças que causam prejuízo nessa atividade.

De acordo com a Lei 6.712/2005, o cadastro agropecuário é obrigatório e protege a sanidade das colmeias. A regularização da cadeia produtiva é fundamental para garantir a sanidade e qualidade dos produtos derivados do mel, proporcionando segurança alimentar para a população que consumirá produtos inspecionados e registrados e também para a sustentabilidade da atividade apícola e da meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão.

A oficina da Agência de Desenvolvimento Agropecuário também abordou as doenças das abelhas de notificação obrigatória e ensinou como os apicultores e meliponicultores devem agir em caso de suspeita de doenças nas colmeias, utilizando o sistema de informações veterinárias (Sisbravet) para realizar o registro e comunicar a Agência.

“É fundamental que o produtor nos mantenha informados sobre a ocorrência de alguma suspeita de doenças e se ele for cadastrado na Agência isso vai tornar o atendimento mais rápido pois vamos saber a localização exata da propriedade e a doença poderá ser contida mais rapidamente” , ressaltou a Veterinaria Glaucy Carrera.

Registro de Estabelecimentos despertou interesse nos produtores

O apicultor Antônio Patrick Guimarães Mendes se deslocou de Viseu, no nordeste do Pará, para participar do evento. Ele possui 70 colmeias e comercializa o mel por meio da Associação Viseuense de Apicultores (Avapis), que é uma das mais antigas do Estado e possui 20 associados. Atento a oficina, ele busca a certificação para sair da informalidade e poder comercializar em todo o Estado.

“Viemos saber como cadastrar a associação e certificar a nossa produção para poder vender em todo o Estado”, disse o apicultor.

As etapas para o registro de estabelecimentos que processam o mel foram detalhadas pelo serviço de inspeção artesanal da agência de defesa. “É fundamental o Cadastro do fornecedor de matéria prima e depois seguir as normas higiênico sanitárias para a aquisição de equipamentos, instalações e produção. Isso garante que o produto é seguro para o consumo humano”, ressaltou Sumaya Paulino, gerente do serviço de inspeção artesanal de produtos de origem animal.

Além das oficinas, a Adepará também realizou visitas a propriedades localizadas na zona rural de parauapebas para orientar produtores sobre o funcionamento das unidades beneficiadoras de mel de abelhas.

Ana Alice Queiroz, da Associação Filhas do Mel da Amazonia, há dez anos trabalha com a criação de abelhas e conta que faz cinco anos que a atividade se tornou a principal renda da família. A unidade de beneficiamento está em construção e deve aumentar a produção que hoje fica em torno de 500 quilos de mel de abelhas sem ferrão e 10 quilos de mel de uruçu, oriundo das meliponas, abelhas que não tem ferrão.

“Eu crio abelhas com todo amor do mundo e quando a gente obter o registro da nossa produção eu vou me sentir muito realizada e imensamente feliz porque é um projeto de dez anos e hoje aqui na Associação já são 24 famílias que vivem dessa atividade”, contou a apicultora.

Serviço:

Os criadores de abelhas que quiserem obter maiores informações sobre o cadastramento da criação e o registro do seu produto junto à ADEPARÁ, devem acessar o site da Agência ou entrar em contato com a Gerência do Programa Estadual de Saúde das Abelhas pelo fone: (91) 99392-2469 e email: [email protected] ou com a Gerência Artesanal Animal pelo telefone (91 ) 99242-4560, e, ainda pelo [email protected].

Agencia Pará/Berokanfm