(Foto: Madson Santos / TV Liberal)

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Aldrigui, estão acompanhando o incêndio que vitimou nove pessoas no acampamento “Terra e Liberdade”, do Movimento Sem Terra (MST) em Parauapebas, no sudeste do Pará. A tragédia ocorreu durante a instalação de internet no local. As autoridades chegaram ao Pará a pedido do presidente Lula.

Na manhã desta segunda-feira (11), os representantes do Governo Federal participaram de audiência realizada em uma escola na Vila Palmares II, região onde a comunidade se firmou. À tarde, está programada uma assembleia entre os agricultores do MST.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Aldrigui, estão acompanhando o incêndio que vitimou nove pessoas no acampamento “Terra e Liberdade”, do Movimento Sem Terra (MST) em Parauapebas, no sudeste do Pará. A tragédia ocorreu durante a instalação de internet no local. As autoridades chegaram ao Pará a pedido do presidente Lula.

Na manhã desta segunda-feira (11), os representantes do Governo Federal participaram de audiência realizada em uma escola na Vila Palmares II, região onde a comunidade se firmou. À tarde, está programada uma assembleia entre os agricultores do MST.

O ministro Teixeira disse que a proposta do governo é fazer um levantamento de áreas públicas com finalidade de assentar as famílias da área. “Faremos o cadastro, buscando alternativas de transferência para um local adequado para que definitivamente possam continuar produzindo alimentos para o povo brasileiro”.

Ele disse ainda, que as negociações com a comunidade vêm ocorrendo desde julho no intuito de evitar conflitos de terra. “Vamos continuar a implementar os compromissos do Governo Federal assumidos com essas famílias, que têm o direito de serem atendidas dentro do programa de reforma agrária brasileiro”.

O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB); uma comitiva do Governo do Estado, Defesa Civil municipal e lideranças do MST participaram do encontro que tratou de decisões a serem tomadas sobre o caso e as condições dos assentados.

Lermen disse que a prefeitura atuou durante a noite da tragédia. “O caos havia se instalado, ninguém conseguia falar com ninguém, e os corpos eram encontrados. Então nós como prefeitura temos obrigação de acompanhar tudo e dar suporte necessário para que essas pessoas sofram o menos possível”. Segundo ele, o apoio foi em forma de água potável, alimentação, além de estrutura de saúde e acompanhamento psicológico.

“Um evento desse pode ser até traumático, pelo estado que ficaram os corpos, foi chocante, tinham muitas crianças, e local estava com muita fumaça, a gente tem visto muitas pessoas que ficaram abaladas, toda a ação foi fundamental para garantir primeiro a alimentação, e depois fazer a transferência dessas famílias para um local mais adequado que possam viver com dignidade”, afirmou o prefeito.

A reunião determinou que deve ser feita uma checagem de terras públicas para assentar as 2.500 famílias, que devem ser cadastradas. O rastreio das terras deve ser feito pelo poder municipal para fazer a retirada dessas pessoas do local onde ocorreu o acidente, segundo o Ministério.

Técnicos da empresa G5 Internet, ao tentarem fixar uma antena no acampamento, teria entrado em contato com a rede de média tensão de energia elétrica, o que provocou uma explosão. Em seguida, incendiou toda a fiação de internet, alguns barracos, e a cerca que faz a circunferência do acampamento.

Os três técnicos da empresa de internet morreram carbonizados após a descarga elétrica e seis acampados morreram eletrocutados no local, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O laudo oficial deve sair em trinta dias.

Até esta segunda-feira (11), sete corpos foram identificados e liberados pela manhã. Os velórios e sepultamentos ocorrem em locais distintos. Dois corpos devem passar por exames para identificação, como coleta de DNA.

Tragédia em acampamento

Pelo menos 15 casas foram atingidas e duas ficaram completamente destruídas.

“O susto foi muito grande. Estava eu e mais uma companheira olhando na direção do que ocorreu e escutamos uma grande explosão. Saímos correndo para ajudar e ao chegar já estava um desespero, pegando fogo em tudo”, descreveu a agricultora Del Maria

Mais de 30 pessoas foram levadas para hospitais da região. Algumas precisaram de atendimento por terem inalado muita fumaça e outras com queimaduras, mas todos foram liberados ainda no domingo.

“Não tem mais caso de risco de morte e estão sendo acompanhados”, comentou o diretor estadual do MST, Tito Moura.

As polícias Civil e Científica estiveram no local para dar início às investigações.

O assentamento Paz e Liberdade fica na região conhecida como Vila Palmares II, área rural de Parauapebas, no sudeste do Pará. Cerca de 2.500 famílias ocupam o local.

A prefeitura disse que vai direcionar assistência às famílias atingidas. Um ponto de apoio para receber doações para as famílias afetadas foi montado pela Defesa Civil do município dentro do assentamento.

A concessionária de energia Equatorial Pará informou que “em razão do acidente, alguns clientes na região tiveram o fornecimento de energia comprometido temporariamente, mas o serviço foi logo restabelecido”. A concessionária de energia alerta ainda para os riscos envolvidos ao realizar atividades próximas à rede elétrica sem a orientação adequada e sem os equipamentos de segurança necessários.

“É fundamental que situações dessa natureza sejam conduzidas por profissionais especializados, visando evitar incidentes. Estamos comprometidos em garantir a segurança e o bem-estar de nossos clientes e reiteramos a importância de seguir estritamente as diretrizes de segurança ao operar em áreas próximas à infraestrutura elétrica”, afirmou em nota.

G1:PA/Berokanfm