( Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O déficit habitacional no Tocantins passa de 40 mil pessoas na lista de espera por uma moradia. A jovem Mikaelly Cristine Leite é uma das pessoas que estão nessa situação. Ela vive com o filho pequeno em uma casa improvisada, de madeira e lona, mas sonha em se formar em direito.

Ela trabalha como gari na limpeza das ruas de Palmas, mas o salário é insuficiente. A geladeira dela está vazia.

“Não vou falar que está pior porque acho que têm pessoas que estão com mais dificuldade, tem pessoas que moram na rua. Aqui ainda está bom porque minha mãe conseguiu comprar uma lona e botar para mim porque antes molhava muito. Questão de alimentação o que eu posso fazer invisto mais no neném, fruta para ele e verdura”, disse emocionada.

Mesmo diante de tantas dificuldades ela não desistiu de ter um curso superior e estuda todos os dias para formar em direito. “Eu estudo às 10h quando chego do serviço, muitas vezes até duas ou três horas. Também no meu horário de almoço que é de meio-dia até uma hora”, contou a jovem que também tem esperança de conseguir a casa própria.

O José Soares Guimarães vive situação semelhante. Com três filhos pequenos, ele mora debaixo de uma lona improvisada em uma área verde em Palmas. Depois que a esposa dele morreu no parto, a vida desandou e ele perdeu a casa que tinha.

Ele trabalha como catador de recicláveis e espera um dia conseguir uma casa própria.

“Tem muitas pessoas gente boa, do coração voltado para ajudar as pessoas e eu tenho certeza que um dia alguém vai me ajudar a ter uma casa. Essa moradia vocês veem que não tem segurança de nada e é uma região que não é bem segura”, lamentou.

O Adelmário Alves é coordenador nacional da União por Moradia Popular, uma das entidades sociais que tenta agilizar a luta pela casa própria. Ele afirma que tanto o governo do Tocantins quanto a Prefeitura de Palmas não têm projetos eficientes.

“Se tivesse um programa com certeza complementaria o programa federal e atenderia muito mais famílias hoje. Isso é um atraso, um retrocesso porque o que se constrói não acompanha a quantidade de famílias que vão surgindo e precisando de uma moradia, famílias de baixa renda”, afirmou.

Tanto a Prefeitura de Palmas como o governo do Estado afirmaram que têm projetos de habitação em andamento e vêm entregando moradias populares na cidade.

Enquanto faltam programas realizados pelo poder público, a Elizangela Almeida faz parte de um grupo de amigos que há quatro anos arrecada doações para construir casa para pessoas e situação de vulnerabilidade. “Até então já construímos três casas e estamos com esse propósito, pedindo ajuda para construir a casa da Mikaela.”

Uma das primeiras casas a serem construídas foi a da joyce, mãe de cinco filhos. A iniciativa transformou a vida dela e das crianças que agora podem tem um lar. “Eles realizaram um sonho que eu sonhava dia e noite esperando esse momento. Eles fizeram o que puderam e agora eu dou continuidade, sou muito grata por tudo que fizeram por mim”, disse Joyce Carvalho.

G1:TO/Berokanfm