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Dois estudantes de medicina são investigados por uso de documento ativo no Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) para atuar como “falsos médicos” no interior do Pará. Um médico teria fornecido o registro para que eles pudessem ser contratados pelo empresário Kenedy Augusto Sousa. O caso é considerado exercício ilegal da medicina, segundo o CRM.
O empresário foi preso na quarta-feira (20) em um condomínio de Ananindeua pela Operação Hipócrates, que investiga irregularidades na licitação para contratação da empresa Aires Gestão Médica e Hospitalar para prestar serviços médicos. A defesa dele ainda não havia se manifestado até esta quinta-feira (21).
Segundo as investigações, os serviços médicos foram prestados em Ponta de Pedras, na ilha do Marajó. Kenedy Sousa continua preso no sistema penitenciário do Pará. Os estudantes ainda não tinham sido encontrados até esta quinta-feira.
De acordo com a promotoria de Ponta de Pedras, há uma série de irregularidades na empresa contratada pela prefeitura para prestação de serviços médicos.
Em nota, o Município de Ponta de Pedras disse “que foi vítima da fraude dessa organização e que vê com satisfação o avançar da investigação que está combatendo a fraude no sistema de saúde”.
A operação que resultou na prisão foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), do Ministério Público do Pará (MPPA).
O objetivo, segundo o órgão ministerial, é investigar irregularidades na documentação da empresa e também no processo de licitação realizado pela prefeitura municipal, onde há suspeita de fraude. A empresa atuou na cidade entre setembro e outubro de 2021.
As investigações também demonstraram irregularidades na execução dos serviços médicos contratados pelo município, com a inclusão de profissionais no quadro da empresa sem consentimento dos profissionais e prestação de serviços médicos pela empresa por meio de profissionais sem registro no CRM.
Ainda de acordo com as investigações, o empresário Kenedy Sousa, além de envolvimento na contratação dos falsos médicos, também orientava os estudantes a fugirem do local quando surgia alguma suspeita de fraude, inclusive fornecendo auxílio financeiro para a fuga.
Além da defesa do empresário, o g1 também tentou contato com a empresa Aires Gestão Médica Hospitalar, mas ainda não havia obtido resposta.
Sobre as denúncias de irregularidades no uso do CRM, o conselho informou que “reitera os relatórios com o resultado dessa fiscalização foram encaminhados para as autoridades competentes” e “espera os resultados para que possa aplicar o código de ética médica aos profissionais inscritos e envolvidos no caso”.
G1/PA