(Foto: Bruno Cecim/Agência Pará)
Analisando especificamente a cidade de Santarém, no oeste do Pará, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram alterações significativas nas autodeclarações étnico-raciais entre 2010 e 2022. No município, pessoas que se autodeclararam pardas somam um total de 240.817 mil, em 2022, já em 2010, essa população era de 214.271 mil.
De acordo com o IBGE, enquanto a população branca teve uma diminuição de 59.895 para 56.124, as categorias parda e preta apresentaram aumento notável, destacando a crescente representatividade desses grupos na região.
O destaque vai também para o expressivo aumento na autodeclaração indígena, saltando de 2.627 para 10.602, chamando a atenção para a importância de considerar a diversidade étnica nas análises demográficas. Pessoas pretas passaram de 15.257 para 23.988 em 2022. Já as autodeclaradas amarelas diminuíram de 2.730 para 389.
- “Nós temos um questionário, onde encontramos 5 perguntas para saber a raça da pessoa. Então o entrevistador chega no domicílio, conversa com todas as pessoas e elas vão responder como autodeclaração e o IBGE jamais pode mudar essas informações. Todas as perguntas são autodeclarações”, destacou o chefe da agência do IBGE em Santarém, Edilberto Figueira.
No cenário multifacetado do Brasil, a riqueza da diversidade étnico-racial ganha destaque a partir dos resultados do Censo Demográfico 2022, conduzido pelo IBGE. Com base na autodeclaração dos cidadãos, os dados revelaram transformações significativas, desenhando um retrato mais nítido das nuances étnicas presentes no país.
Em 2022, aproximadamente 92,1 milhões de brasileiros, correspondendo a 45,3% da população, autodeclararam-se como pardos. Este contingente, que desde 1991 não ultrapassava a população branca, evidencia mudanças sociais e demográficas no Brasil ao longo das últimas décadas.
O IBGE classifica a cor da pele em cinco categorias: branca, preta, parda, amarela e indígena, fornecendo um panorama abrangente da diversidade étnico-racial no país.
A autodeclaração étnico-racial destaca disparidades regionais no Brasil. Enquanto os pardos, brancos e pretos predominam, respectivamente, no Norte, Sul e Nordeste, as proporções de população indígena no Norte (4,3%), Nordeste (1,0%) e Centro-Oeste (1,2%) superaram a média nacional. Essas nuances regionais ressaltam a complexidade das identidades étnicas no país.
A autodeclaração é um instrumento crucial para evidenciar as desigualdades sociais, permitindo que elas saiam da zona oculta. A sociologia destaca a importância de compreender as diferentes realidades étnico-raciais para promover políticas públicas mais inclusivas e equitativas.
Os resultados obtidos pelo Censo 2022 com a autodeclaração servirão de base para todas as esferas de governo. Compreender a diversidade étnico-racial é essencial para desenvolver políticas que considerem as particularidades de cada grupo, promovendo inclusão e igualdade em todas as regiões do Brasil.
G1/Santarém