(Foto: Evangelista Rocha)

Na semana passada, a reportagem deste CORREIO informou que o volume de água no Rio Tocantins ainda se mantinha dentro dos limites considerados normais. A Defesa Civil tem monitorado de perto as áreas historicamente afetadas pela elevação dos rios. Mas, nesta manhã, um boletim do próprio órgão definiu os mais de 9 metros do rio como estado de alerta. Às 11 horas, o nível já ultrapassava a marca de 9,12 metros acima do nível normal.

“Estamos no estado de alerta”, afirmou o diretor da Defesa Civil de Marabá, Marcos Andrade. A equipe que ele coordena já realizou mapeamentos e cadastrou todas as famílias que podem ser impactadas pelas águas do Rio Tocantins. Atualmente, estão monitorando o nível do rio, e se ele atingir a marca de 10 metros e 50 centímetros, será decretada situação de emergência.

A autoridade enfatiza que a Defesa Civil está preparada para agir prontamente. Segundo ele, há um canal direto com a barragem do Estreito, no Maranhão, para monitorar o aumento do nível da água. Além disso, ele assegura a existência de locais mapeados para possíveis abrigos, fazendo com que o órgão esteja pronto para realocar as pessoas afetadas para lugares seguros.

Sobre as áreas de abrigo, Marcos explica que já estão identificadas e prontas para receber as famílias: “Estamos finalizando a limpeza e preparando os locais, como terrenos e lajes, para receber os moradores, caso haja a necessidade de uma possível cheia”.

A respeito do número de famílias que podem ser atingidas, ele estima que, se o rio ultrapassar os 10 metros, mais de mil famílias podem ser afetadas. Atualmente, algumas já estão sentindo os impactos, principalmente aquelas que residem próximas às áreas alagadas.

A Defesa Civil também está em constante comunicação com os moradores: “Estamos disponíveis para receber informações e avisos através de nossos canais de comunicação, como Instagram e mensagens para aqueles que têm números registrados na Defesa Civil”.

Por fim, ele reforçou o apelo aos moradores: “Se a água estiver próxima à sua residência, entre em contato conosco. Estamos aqui para garantir a segurança de todos”.

RELEMBRE

Em relação às previsões de enchentes, Marcos disse na semana passada que embora não seja possível afirmar categoricamente a ocorrência deste ano, o órgão está preparado para responder de forma humanizada e eficaz caso ocorra. Ele também destacou a atipicidade do inverno amazônico, observando variações no nível do rio entre 6 e 7 metros, com tendência de aumento para além desse patamar.

Vale ressaltar que no ano passado a cheia do rio começou dois meses mais tarde, chegando ao ápice no dia 17 de março, quando o nível do rio chegou a 10 metros, iniciando assim a mudança das famílias afetadas para os abrigos.

Diante disso, o diretor pontuou que a situação demanda atenção especial, considerando o aumento populacional nas áreas ribeirinhas. A construção desordenada ao longo das margens, especialmente em bairros como Carajás, Amapá e Taboquinha, tem exposto mais famílias aos riscos das cheias.

“A Defesa Civil alerta para a necessidade de um planejamento urbano mais cuidadoso e para a conscientização da população sobre os perigos de habitar tão próximo dos rios. Mesmo diante do avanço das águas, há um esforço contínuo para garantir a segurança e o bem-estar das comunidades afetadas, com a implementação de planos de contingência e a identificação de locais de abrigo adequados”, garantiu.

(Thays Araujo e Chagas Filho/Correio de Carajás)