A Superintendência Regional do Incra em Marabá enfrenta uma crise estrutural e operacional. Com 60 servidores responsáveis por 39 municípios e 515 projetos de assentamento, atendendo mais de 70 mil famílias, a unidade é a maior do Brasil, mas sofre com a falta de recursos e pessoal.

Nesta segunda-feira (10), servidores do Incra em Marabá aderiram a um protesto nacional da categoria. Vestindo camisetas com a mensagem “Incra está na UTI”, eles suspenderam o atendimento ao público, deixando muitos moradores da zona rural sem o suporte necessário.

Helberth Braz, delegado do SindPFA, alerta para o risco de colapso do órgão devido à insuficiência de funcionários. Muitos servidores estão próximos da aposentadoria, o que agrava a situação. “Nós não sabemos o que pode acontecer,” resume Braz.

A tentativa de reverter a crise com o Concurso Nacional Unificado (CNU) também não parece suficiente. Abdik Santos, do Sintsep, explica que, embora se preveja a contratação de 247 servidores em nível nacional, apenas 37 seriam destinados a Marabá, número insuficiente para compensar as aposentadorias iminentes.

A categoria também alega enfrentar perdas salariais. Sem reajuste entre 2019 e 2022, os servidores receberam um aumento de 9% em 2023, mas não há previsão de novo reajuste para este ano. Estas questões serão debatidas em uma reunião na quarta-feira (12) no Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

A situação do Incra em Marabá reflete uma crise mais ampla que afeta o órgão em todo o país, expondo a necessidade urgente de soluções estruturais e de pessoal para garantir a continuidade dos serviços essenciais prestados pelo instituto.

(Portal Debate)