(O debate contou com a participação de Bernardo Tomchinsky, da Unifesspa, Pablo Santos, da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), e André Macedo, do ICMBio Carajás)

MARABÁ, SUDESTE DO PARÁ — Durante a sessão ordinária desta terça-feira, dia 25, a Câmara de Marabá discutiu questões ambientais e de sustentabilidade, atendendo a um requerimento da vereadora Vanda Américo. O debate contou com a participação de Bernardo Tomchinsky, da Unifesspa, Pablo Santos, da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), e André Macedo, do ICMBio Carajás. Os participantes apresentaram um projeto para a criação de unidades de conservação no Paleocanal do Rio Tocantins.

A vereadora Vanda Américo destacou a necessidade de fortalecer a preservação ambiental em Marabá e região, especialmente as unidades do Paleocanal do Rio Tocantins. Ela ressaltou que desde a década de 1970 há esforços para a criação dessas áreas de proteção e agora é crucial mobilizar a Câmara e influenciar deputados federais para avançar com os projetos.

O geólogo Pablo Santos detalhou a proposta para criar duas Áreas de Proteção Ambiental (APA): a APA do Paleocanal do Rio Tocantins, com 31.736,9 hectares, e a APA Bico do Papagaio, com 96.724,92 hectares. Estas APAs são de uso sustentável e compatíveis com a agricultura familiar. A criação dessas unidades depende de apoio político e social, e visa preservar ecossistemas e espécies locais.

A FCCM, que lidera estudos na área desde 1984, já catalogou diversas espécies e ecossistemas, destacando a importância geológica, biológica e arqueológica do Paleocanal do Rio Tocantins. No entanto, a intensa antropização da região levou à orientação para a criação de APAs em vez de reservas biológicas. Apesar das tentativas anteriores, nenhuma medida concreta foi tomada para a preservação até 2015.

André Macedo, do ICMBio Carajás, enfatizou que a criação de APAs não prejudica os moradores locais, mas pode promover o turismo de base comunitária e fortalecer a produção local. A proposta enfrenta uma fila de projetos federais, mas a mobilização social e o apoio da Câmara de Vereadores são essenciais para avançar. A sessão terminou com reconhecimento da importância do estudo e a necessidade de continuar a mobilização para aprovar os projetos de conservação ambiental.

(Portal Debate, com Ascom CMM)