(SECA NA REGIÃO, QUE JÁ DURA SEIS MESES, TAMBÉM DIFICULTA O TRABALHO DE BRIGADISTAS. POLÍCIA INVESTIGA SE O INCÊNDIO É CRIMINOSO.)

(Foto: Reprodução/Jornal da Globo)

Os primeiros focos de incêndio foram registrados no dia 10 de julho na Mata do Mamão. As autoridades investigam se o incêndio tem origem criminosa.

Como a área é de difícil acesso, os helicópteros ajudam no deslocamento e os brigadistas abrem corredores no meio da floresta, chamados de linhas de defesa. Um dos principais desafios das equipes é que as chamas atingem regiões degradadas, que ainda não foram recuperadas do incêndio no ano passado, facilitando a propagação do fogo.

Em 2023, a Ilha do Bananal foi atingida por um incêndio que levou mais de um mês para ser controlado. Na época, o fogo consumiu mata nativa onde vivem indígenas isolados.

A Justiça Federal havia proibido a circulação de pessoas na Mata do Mamão em 2019, após aparecerem indícios da existência de indígenas isolados. Apesar da determinação, operações de órgãos ambientalistas identificaram a presença de caçadores e pescadores ilegais, além de rebanhos bovinos.

O coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Bruno Cambraia, explica que a seca que dura há quase seis meses na região também dificulta o trabalho dos brigadistas, já que a chuva deve cair só em outubro.

“Chuva provavelmente só em outubro. Então enquanto não tiver chuva a gente tem que estar com a equipe de prontidão em campo para garantir a resposta mais rápida possível quando vem um novo incêndio”, disse.

Quem mora na região sabe que o combate é necessário para proteção da natureza e animais. Indígenas do povo xerente, que vivem há mais de 300 km da Ilha do Bananal, também ajudam nas ações como brigadistas.

“A gente está aqui para proteger a natureza, né? A gente gosta de fazer o combate também e proteger os animais e as florestas”, contou Vanderlei Xerente.

Ana Paula Rehbein, Stefani Cavalcante, g1 Tocantins