(A vizinha, CMRio, na Folha 13, também tem boas notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e passam a ser referência para toda a cidade)

(Fotos: Evangelista Rocha)

Pode sair coisa boa da periferia das Folhas 12 e 13 da Nova Marabá? A resposta é sim. Os bairros vizinhos que foram manchados pela violência por mais de duas décadas, agora são referência em educação. Sim, porque abrigam duas das melhores escolas do município, que são referendadas pelo respeitado Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino em todo o País.

A Escola Municipal Pedro Cavalcante está localizada na Folha 12. Já o Colégio com Supervisão Militar Rio Tocantins (CMRio) e está a cerca de 700 metros dali, na Folha 13, áreas consideradas da periferia da cidade. Ambas, cada uma em sua categoria, obtiveram os maiores resultados do município.

Os dados foram divulgados na última semana e refletem a situação da educação no país. Mas em se falando da terra de Francisco Coelho, quando olhamos para os resultados ao longo dos anos, o cenário dessas três escolas se torna animador.

Começando pela Escola Pedro Cavalcante, que obteve um índice de 6,7. Não obstante esta ser a maior nota entre os educandários que atendem o Fundamental I (de 1º ao 5º ano), é também a mais alta em meio a todas as escolas do município, incluindo as do Fundamental II (do 6º ao 9º ano) e Ensino Médio.

Desde que foi calculado pela primeira vez, em 2005, somente em dois anos o IDEB da Pedro Cavalcante foi menor que o do ano anterior: em 2017 e 2021. Apesar disso, é evidente o aumento progressivo das notas ao longo dos anos.

Entre 2005 e 2023 o aumento da nota foi de 91% (3,2 pontos). No primeiro ano, a Pedro Cavalcante atingiu parcos 3,5 e em 2023 chegou à pontuação de 6,7.

SEGREDO? FOCO NA APRENDIZAGEM

A reportagem do CORREIO esteve na Escola Pedro Cavalcante na manhã desta sexta-feira (23) para conversar com a diretora, alunos e entender, direto Da fonte, quais as ações que a instituição coloca em prática para alcançar os bons resultados.

“O Ideb não é um resultado apenas do 5º ano. Ele é a consolidação do trabalho que é feito desde o primeiro ano (dos alunos na escola)”. A afirmação é feita pela diretora Arionide Rodrigues Martins.

De maneira modesta – e com um brilho de “dever cumprido” no olhar – Ari (como é carinhosamente chamada) faz questão de destacar que independente do Ideb, toda a equipe escolar está comprometida com a aprendizagem e desenvolvimento do corpo estudantil.

Ao realizarem provas e simulados, os alunos colocam no papel seu aprendizado e, indiretamente, suas dificuldades. A partir da correção dessas avaliações, os professores e a gestão da escola ficam com a incumbência de atuar com afinco nas fragilidades apresentadas pelas crianças. Uma etapa significativa para o processo de aprendizagem desses alunos.

Trabalho coletivo, formação de professores, atendimento individualizado, recomposição da aprendizagem e o cuidado com o controle de fluxo (evasão, desistência e reprovação) são alguns dos pontos fortes citados por Ari e por Francisca Margarete Fernandes de Sousa, coordenadora pedagógica da instituição. A dupla ressalta que essas são ações adotadas por toda a rede municipal, mas para quem observa do lado de fora, fica evidente que em algum ponto desse caminho a Pedro Cavalcante se sobressai.

Correio de Carajás