(Um incêndio criminoso na sede da cooperativa, ano passado, e a prisão de um irmão da vítima na mesma época são analisados com mais atenção pela polícia)
(Fotos: Ronaldo Modesto)
Policiais civis lotados em Parauapebas juntam informações aqui e acolá, tentando identificar (ou não) conexões entre fatos recentes e um assassinato ocorrido na manhã de ontem (4) no município. Trata-se do homicídio que vitimou Wandson Silva Galvino, de 38 anos, executado a tiros na Vila Palmares II, zona rural, no interior da cooperativa onde trabalhava.
O corpo dele foi encontrado caído de bruços no chão da cooperativa de frutas nas primeiras horas da manhã. Uma irmã dele foi a primeira familiar a chegar ao local. Ela telefonou para José Orlando Galvino, pai da vítima, para dar a notícia da tragédia. O genitor disse que seu filho não tinha inimigos.
Acontece, porém, que no local do crime, uma pessoa não identificada comentou que o alvo do atentado seria, na verdade, um irmão da vítima, e que Wandson possivelmente teria sido assassinado por engano, ao ser confundido com esse irmão. Todavia, José Orlando não confirmou essa possibilidade.
Prisão do irmão
Sobre essa situação, a reportagem deste CORREIO apurou que no dia 29 de outubro do ano passado, Orleans Silva Galvino, irmão da vítima, foi preso, em Marabá, acusado de cometer violência doméstica na cidade de Parauapebas.
Naquela ocasião, a esposa do acusado relatou aos policiais que foi agredida e ameaçada de morte pelo companheiro Orleans Galvino. Ela contou que fugiu pulando do carro do casal, com o filho de apenas 10 meses. Logo depois, o suspeito teria fugido do local com o outro filho do casal, de 2 anos. Pouco tempo depois ele foi preso por guarnições da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Incêndio
Dois dias depois, a sede da cooperativa onde Wandson foi assassinado ontem foi alvo de um incêndio possivelmente criminoso. Na ocasião, foram queimados documentos com informações sobre produtores ligados à cooperativa e, ainda, a folha de pagamentos dos trabalhadores.
Além disso, cinco galões de combustível foram encontrados no local – com dois deles ainda cheios –, o que reforça a tese de um incêndio criminoso.
A Polícia Civil ainda não se pronunciou oficialmente sobre as investigações e nem deverá fazê-lo nesses primeiros dias que sucedem o crime. É também prematuro afirmar que o incêndio e/ou a prisão do irmão da vítima têm alguma ligação com o assassinato.
(Vítima era natural do Maranhão, mas morava há tempos em Parauapebas)
Mas, por outro lado, está óbvio que esses dois acontecimentos agora ganham uma atenção mais diferente por parte da Polícia Civil e possivelmente passam a ser analisados não apenas como fatos isolados.
Roupas reviradas
Outro fato que chamou atenção das autoridades, agora, é que o carro de Wandson estava revirado, com roupas e documentos espalhados. Tudo isso foi periciado pelas polícias Civil e Científica, antes de o corpo ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
(Theíza Cristhine e Chagas Filho, com informações de Ronaldo Modesto)