(Entre estimativas de 1988 e 2024, população de Parauapebas aumentou 625%, enquanto a de Marabá, município-mãe, cresceu apenas 187,5% no mesmo período. Só Canaã dos Carajás, foi além, com taxa de 753%, o maior crescimento do país)

Pela primeira vez, um município do sudeste do Pará alcança a marca de 300 mil habitantes, e ele é Parauapebas. O cruzamento da fronteira ocorreu neste mês de setembro, embora o número de habitantes vigente, para efeitos de estatística oficial, seja o de 298.854 moradores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são do Blog do Zé Dudu.

A estimativa de população que o IBGE divulgou no final de agosto tem por data de referência 1º de julho. Ela foi calibrada a partir do resultado do censo 2022 e, principalmente, depois da pesquisa pós-enumeração do censo, a qual constatou taxas elevadas de inconsistências e omissões.

Desde 2021 o IBGE não fazia estimativa de população, à espera de dados finais do censo, que deveria ter começado e acabado em 2022, mas atravessou 2023 com inúmeros imprevistos e atropelos. Com os ajustes após o resultado final da população recenseada, o IBGE teve de revisar dados, aumentando sobremaneira a população em diversas localidades em 2024. E é bom que se diga: não é possível fazer subtração da estimativa de 2024 pelos dados do censo de 2022 porque tais levantamentos lançam mão de metodologias diferentes.

Valendo-se dos métodos da estimativa da população utilizada pelo IBGE, o Blog do Zé Dudu foi às contas e apurou que a Capital do Minério ultrapassou 300 mil habitantes em 1º de setembro. Nesta segunda-feira, dia 9 de setembro, já são 300.850 moradores, a partir de uma métrica que revela que Parauapebas recebe ou vê nascer 28 ou 29 novos moradores por dia. Por ano, são 10.408 habitantes, e só há 12 municípios em todo o Brasil que recebem mais novos moradores que Parauapebas.

A expectativa é de que em julho de 2025 a Capital do Minério alcance 309 mil residentes, o que exige da administração local uma verdadeira ginástica de investimentos para dar conta de cada vez mais gente com cada vez mais novas e diversas demandas, pressionando, sobretudo, os sistemas de educação, saúde e assistência social, o mercado de trabalho e a infraestrutura.

Histórico demográfico

A primeira vez em que a população de Parauapebas foi dimensionada ocorreu em 1988, ano da emancipação municipal, quando o IBGE estimou o número de habitantes já apartado do de Marabá, de onde a Capital do Minério foi desmembrada. Naquele ano, eram 41.197 habitantes, mas nessa conta estavam inclusos os moradores que, mais tarde, viriam a ser de Água Azul do Norte, que foi desmembrado de Parauapebas em 1991, e Canaã dos Carajás, que só foi desmembrado em 1994.

O primeiro censo oficial de que Parauapebas foi espécie aconteceu em 1991, quando foram contabilizados 53.335 moradores — sendo que, descontados os de Água Azul e Canaã, a população real era de 36.498 habitantes.

Daí para frente, a população foi praticamente dobrando a cada novo recenseamento, até chegar este ano aos 300 mil habitantes neste mês de setembro. Entre as estimativas oficiais de 1988 e 2024, a população de Parauapebas aumentou 625%. A título de comparação, a população do município de Marabá, que deu origem a Parauapebas, saltou de 100.358 em 1988 para 288.513 habitantes em 2024, crescimento de 187,5% no mesmo período. Já Canaã dos Carajás, município que deriva de Parauapebas, viu a população saltar de 10.160 em 1991 para 86.629 em 2024, crescimento de 753% em 33 anos, o maior do Brasil.

Zé Dudu