(O Maranhão é o segundo estado com mais emissão de CO2 por causa do desmatamento no Cerrado, ficando atrás apenas do Tocantins.)

(Foto: Thomas Bauer / Acervo ISPN)

O desmatamento no Cerrado maranhense já foi responsável pela emissão de mais de 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) desde 2023, o que coloca o Maranhão como o segundo estado com mais emissão de CO2, ficando atrás apenas do Tocantins.

Os dados são do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), divulgados nesta quarta-feira (18).

De acordo com o Ipam, o Maranhão é líder do desmatamento no bioma entre janeiro de 2023 e julho de 2024, com mais de 301 mil hectares de vegetação nativa desmatada.

Ainda segundo o Ipam, em todo o Cerrado brasileiro, o desmatamento gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. O volume corresponde a 1,5 vezes o total produzido pela indústria no Brasil a cada ano.

“O Cerrado armazena carbono principalmente abaixo do solo. Além de ser um bioma com diversidade única. Conservar o Cerrado é essencial para combater a crise climática no Brasil, sendo um bioma chave para segurança hídrica, alimentar e econômica. Para isso, é preciso de incentivos para conservar, enquanto é tempo, os remanescentes de vegetação nativa em áreas privadas para além do código florestal – antes que estas ‘ilhas de Cerrado nativo’ sejam convertidas ou degradadas”, avalia Fernanda Ribeiro, pesquisadora do IPAM responsável pelo SAD Cerrado.

Dos 13 estados que possuem área de Cerrado, quatro lideram o ranking de desmatamento e emissão de CO2, são eles: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que integram a fronteira agrícola que recebeu o nome de Matopiba, em referência à sigla dos quatro estados.

G1/Maranhão