(São Félix do Xingu, campeão nacional, tem 37 bois e vacas no pasto para cada habitante, em média, e cinturão da Transamazônica entre Marabá e Novo Progresso é onde a pecuária mais se expande no Brasil. Já Canaã dos Carajás e Parauapebas veem efetivo cair nos últimos anos)

(Foto: Reprodução)

O Pará tem três vezes mais bois no pasto que habitantes. Esta é a constatação a que se chega nesta quinta-feira (19) com a divulgação da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a qual o rebanho bovino do estado atingiu 25.040.621 cabeças e se consolidou como o 2º maior do Brasil. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

De 2022 para 2023, o efetivo bovino paraense aumentou em 250 mil cabeças e nos últimos cincos anos o aumento foi de quase 4,1 milhões de cabeças. O rebanho é inferior apenas ao de Mato Grosso, que conta com 33.994.004 unidades, e supera Goiás (23.729.878 cabeças), Minas Gerais (22.498.415 cabeças) e Mato Grosso do Sul (18.891.916 cabeças), tradicionais produtores bovinos do Brasil.

No Pará, o município de São Félix do Xingu segue sendo, no estado e no Brasil, o detentor do maior rebanho, com 2.452.095 cabeças. Como São Félix possui apenas 66 mil habitantes, o rebanho é 37 vezes maior que a população local, uma das maiores densidades do país. Além disso, só o efetivo local é superior ao rebanho inteiro de dez unidades da federação — sim, São Félix do Xingu tem mais gado, por exemplo, que o rebanho inteiro do Amazonas, de 2.377.089 cabeças.

Outros destaques são os municípios de Marabá (5º do país, com 1.305.000 cabeças), Novo Repartimento (6º, com 1.275.779), Altamira (8º, com 1.079.168), Pacajá (12º, com 859.069), Novo Progresso (17º, com 764.993) e Itupiranga (19º, com 728.600). Esses seis municípios se localizam no cinturão pecuário da BR-230, a famosa Rodovia Transamazônica, que atualmente é a mais dinâmica do Brasil quando o assunto é boi no pasto. Não por acaso, a região desse traçado é uma das mais desmatadas da Amazônia.

Por outro lado, os rumos da pecuária na província mineral de Carajás vão em sentido oposto. Ainda sem tradição de gado forte, os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas não se posicionam entre os principais medalhões da produção de gado nacional, embora exibam números expressivos: Canaã dos Carajás contabiliza rebanho de 228.000 bovinos, declínio de 15 mil exemplares nos últimos cinco anos, ao passo que Parauapebas registra efetivo de 130.530 cabeças, queda de quase 4 mil unidades nos últimos dois anos.

Outros rebanhos

O Pará também se destaca em outros rebanhos, com produção razoável de búfalos, porcos, cavalos e galináceos. No caso do efetivo de bubalinos, o estado é o maior produtor, com concentração sobretudo na Ilha do Marajó.

Confira agora o número de cabeças de cada um dos rebanhos contabilizado pelo IBGE em 2023:

  • Bovino — 25.040.621
  • Bubalino — 683.604
  • Equino — 527.421
  • Suíno (total) — 706.812
  • Suíno (matrizes) — 112.933
  • Caprino — 66.252
  • Ovino — 272.487
  • Galináceos (total) — 29.435.059
  • Galináceos (só galinhas) — 2.569.114
  • Codornas — 3.170

Zé Dudu