(As investigações já vinham sendo realizadas desde 2021 e culminaram na megaoperação envolvendo PF, Ibama, Exército, Bombeiros e a Equatorial. As 3 serrarias fechadas ficavam em Nova Esperança do Piriá, Nordeste do Pará, e processavam madeira extraída da Terra Indígena Alto Rio Guamá. Uma pessoa foi presa em flagrante com uma arma ilegal.)
(Fotos: Polícia Federal)
Uma megaoperação envolvendo Polícia Federal, Ibama, Exército, Corpo de Bombeiros e Equatorial desativou três serrarias com funcionamento irregular, nesta quarta-feira (9), no município de Nova Esperança do Piriá, região Nordeste do Pará. Pelas investigações iniciadas em 2021, as empresas extraíam madeira na Terra Indígena Alto do Rio Guamá, realizavam o beneficiamento e vendiam, tudo de forma ilegal. Uma pessoa foi presa. A área já havia sido alvo de outras operações em 2016 e 2020.
“Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão contra os possíveis responsáveis pelas serrarias. Eles já haviam cumprido medidas cautelares, inclusive prisão, por conta da suspeita. No cumprimento de um dos mandados, o alvo foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. A carabina artesanal, não registrada, foi apreendida e levada com o preso para autuação na Unidade da Polícia Civil em Nova Esperança do Piriá”, informou a PF, por nota.
A operação, explicou a PF, teve como objetivo investigar serrarias que funcionam sem o Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais, com suspeita de exploração de madeira extraída de território indígena. Foram inutilizadas as estruturas usadas nos crimes investigados. A madeira em tora foi inutilizada e a beneficiada — cerca de 1.025 metros cúbicos — foi recolhida para doação. Duas pás carregadeiras foram apreendidas.
“Possivelmente, a madeira ilegal é ‘esquentada’ por meio de notas fiscais e documentos de Guia Florestal falsos, para dar ares de legalidade ao produto introduzido no mercado, o qual, em muitos casos é destinado a grandes grupos e até a exportação. Os compradores identificados poderão responder por receptação qualificada. As serrarias fechadas furtavam luz da rede de energia elétrica, em um prejuízo mensal de quase R$ 100 mil. Os transformadores – que custam cerca de R$ 25 mil cada – foram recolhidos pela concessionária de energia Equatorial”, conclui a PF
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)