O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) realizam nesta terça-feira (19), operações no Pará para apreender dados e bens de quatro suspeitos de fraudes que permitiram a comercialização de 7,4 mil bois criados ilegalmente na Terra Indígena Apyterewa.

De acordo com o MPF, os mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Félix do Xingu, Parauapebas, Tucumã e Água Azul do Norte.

BENS BLOQUEADOS

A pedido do órgão, a Justiça Federal também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico e o bloqueio de bens dessas quatro pessoas alvo das operações e de outros quatro suspeitos.

De acordo com o Ministério Público, foram bloqueados R$ 17 milhões em bens dos oito envolvidos.

Como o esquema funcionava

As fraudes investigadas são conhecidas como triangulação, lavagem ou esquentamento do gado. Os responsáveis pela operação detalharam que, por meio da inserção de dados falsos nos sistemas de controle das guias de origem e destino dos animais – as chamadas Guias de Trânsito Animal (GTAs) –, os investigados conseguem esconder a origem do gado e simulam que a criação ocorreu em conformidade com a legislação e com as regras de acordos entre o MPF e frigoríficos.

Perícias agronômicas realizadas pelo MPF em dados de fazendas que os suspeitos citaram como áreas de origem do gado concluíram que os índices de produtividade alegados são incompatíveis com a capacidade dos imóveis rurais e com o nível real de investimentos feitos em tecnologia, infraestrutura e insumos.

Fonte G1/Luiz Pereira