(Foto: Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera)
Conversas interceptadas pelos investigadores revelam supostas tratativas de enviar dinheiro para contas no exterior e obter documentos estrangeiros. Carlesse foi detido em cumprimento a ordem de prisão preventiva da 3ª Vara Criminal de Palmas.
A decisão da 3ª Vara Criminal de Palmas que autorizou a prisão do ex-governador Mauro Carlesse (Agir) revelou detalhes do suposto plano de fuga para o exterior. Segundo o documento, o político conseguiu emitir uma identidade uruguaia e até um passaporte italiano. Após ser preso na manhã deste domingo (15), em uma fazenda em São Salvador, ele foi transferido para uma carceragem em Palmas.
Na decisão que autorizou a prisão preventiva por suposto risco de fuga internacional, o juiz Márcio Soares da Cunha, destacou que Mauro Carlesse é alvo de diversas investigações como as operações Hygea e Éris, que apuram supostos pagamentos de propina no plano de saúde dos servidores públicos e aparelhamento da Polícia Civil, entre outras relacionadas a fraudes e desvios.
“[…] a Orcrim objeto da presente imputação mantinha conexões com essas outras organizações criminosas independentes, com agentes interagindo entre umas e outras na consecução de objetivos que se mostrassem convergentes”, diz trecho do documento.
Mauro Carlesse foi governador do Tocantins entre 2018 e 2021, até ser afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e renunciar para evitar um processo de impeachment.
A defesa do ex-governador informou que ele sempre esteve à disposição da Justiça e assim permanecerá. Também afirmou que irá apresentar o pedido de revogação da prisão (veja nota abaixo).
Segundo o juiz, foram encontrados diálogos e indícios que comprovam um possível risco de fuga para o exterior de Mauro Carlesse e do sobrinho dele Claudinei Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, que também teve a prisão decretada.
“Evidencia-se a necessidade de se resguardar a instrução criminal e a aplicação da lei penal através da prisão cautelar antes que os acusados empreendam fuga para o exterior”, diz a decisão.
Queresemin, inclusive, está preso desde o dia 10 de dezembro em cumprimento a um mandado da Justiça Federal em outra operação, da Polícia Federal.
Ana Paula Rehbein, Patrício Reis, g1 Tocantins e TV Anhanguera