(Conheça Isabella Pamplona, a artista e maquiadora coroada no domingo, 26, com título que busca valorização de mulheres transexuais e travestis.)

(Fotos: Divulgação)

Para esta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, o g1 Pará entrevistou a artista e maquiadora paraense Isabella Pamplona, de 27 anos, coroada como Miss Beleza T Brasil 2025, no último domingo (26), título que busca a valorização de mulheres transexuais e travestis.

Em 2024, o Pará fechou o ano com aumento de 180% no número de pessoas que alteraram o sexo diretamente em cartórios de Registro Civil, como foi o caso de Isabella.

Foram 34 pessoas que alteraram o registro de masculino para feminino, enquanto 19 mudanças de feminino para masculino foram realizadas. Além disso, houve três alterações de nome sem mudança de gênero.

Dados do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), o aumento representa 56 mudanças de sexo com relação a 2023, que teve apenas 20.

Para Isabella, o salto nos registros tem relação direta com iniciativas da sociedade civil, como a Rede Paraense Trans, que facilita o acesso à informação sobre como reconhecer a identidade de forma legal, processo importante para o exercício de direitos adquiridos pela população trans e e travesti, além da proteção perante a lei.

“Eu, por exemplo, faço parte dessa estatística, pois fiz o meu reconhecimento em 2024. Já temos esse direito há um tempo, mas sempre faltou mais esclarecimento sobre onde ir, quais as documentações necessárias”, afirma.

Desde 2018, as pessoas trans têm o direito de realizar alterações no nome e gênero diretamente nos cartórios, sem a necessidade de autorização judicial, laudos médicos ou cirurgias.

A decisão, tomada pelo Provimento nº 73 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), simplificou o processo, o que justifica o crescimento.

sabella conta que o concurso de beleza vai muito além de celebrar, de fato, a beleza da mulher trans.

“Mulheres cisgênero sempre tiveram esse direito de eleger as suas belezas, então é justo que a gente possa também”.

E a importância do concurso também é de levar benefícios, como dar visibilidade à mulher trans, que sempre sofreu preconceito no país, e levar conhecimento para a sociedade sobre elas.

Carolina Mota/G1 Pará