(Irmã de uma das vítimas diz que ainda não conseguiu o atestado de óbito de irmão e relembrou despedida. Até o momento, 14 corpos foram encontrados após a queda da ponte JK, na BR-226.)
(Foto: Divulgação/ Redes Sociais)
Mais de sete meses se passaram desde a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Tocantins e do Maranhão pela BR-226. Das 18 pessoas que atravessavam a estrutura no momento do colapso, três ainda não foram encontradas. A falta de respostas é motivo de angústia para as famílias, que não conseguem ‘encerrar o ciclo’.
“A gente precisa fechar esse ciclo que a gente não fechou. A gente está nesta expectativa, nessa espera que é angustiante, que demora demais. A gente não sabe onde buscar, a quem recorrer. É muito difícil para a família”, disse Maristelia Alves Santos em entrevista à TV Anhanguera, ela é professora e irmã de um dos desaparecidos.
O acidente aconteceu no dia 22 de dezembro de 2024 e o que restou da ponte foi demolido no dia 2 de fevereiro deste ano. Carretas, caminhonetes e carros de passeio ainda estão no fundo do Rio Tocantins, assim como mais de 1,3 mil galões de ácido sulfúrico e defensivos agrícolas que eram transportados quando o vão central desabou.
Dentre os 17 desaparecidos iniciais, foram confirmadas 14 mortes e três pessoas seguem desaparecidas, segundo a Marinha do Brasil. As vítimas que ainda não foram localizadas são Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos, que também morreu no acidente, era esposa de Salmon e avó de Felipe. O corpo dela foi o último a ser encontrado pelas equipes de resgate.
No momento em que a ponte desabou, o casal e a criança, que moravam em Palmas, seguiam para o Maranhão, para passar o Natal com a família de Alessandra.
A professora Maristelia Alves Santos, irmã de Salmon, contou que depois de tantos meses, ainda não é possível ter um atestado de óbito das vítimas, que oficialmente são consideradas desaparecidas.
Nos dias que se passaram após a tragédia, a família viveu momentos de angústia durante as buscas pelas vítimas do acidente, sempre na expectativa do encontro dos corpos. Maristelia ajudou a reconhecer o corpo de Alessandra pelas roupas que ela usava, mas após mais de sete meses, Salmon e Felipe ainda não foram localizados.
“Sempre naquela expectativa e infelizmente a gente não teve como fazer um velório para meu irmão. E até hoje a gente não tem a certidão de óbito dele. Ele está como desaparecido, não como morto. O que a família quer hoje, pelo menos, é a certidão de óbito. Porque enterrar a gente não tem mais essa esperança”, lamentou.
Patricia Lauris, Ana Paula Rehbein, g1 Tocantins